terça-feira, dezembro 24, 2013

Vale mais a pena agir do que ficar só esperando o melhor momento e a condição mais confortável


Texto curto, rápido de ler (publicado originalmente na página do Produtor Cultural Independente no Facebook)


Por Alê Barreto *
alebarreto@gmail.com


Desde que comecei meu trabalho como administrador e produtor cultural independente, escutei muitas pessoas reclamando e explicando que não produziam suas músicas:

- porque não tinham patrocínio e/ou não tinham produtores;

- porque mesmo que gravassem, sua música seria barrada nas rádios e não chegaria a público por causa do jabá;

- porque havia um preconceito da mídia com trabalhos que não se assemelhassem ao padrão estabelecido pela indústria fonográfica;


- porque artistas que não morassem no Rio de Janeiro ou São Paulo não teriam a menor chance de continuidade e de desenvolver uma carreira;

- porque a falta de educação do povo brasileiro seria um obstáculo para que as pessoas entendessem sua arte;

- e por aí vai.


Apesar, disso, muitas pessoas, de diferentes regiões do Brasil, mesmo sem o melhor preparo artístico, técnico ou administrativo, mesmo sem certezas ou garantias, começaram a escrever, compor, tocar, gravar. Começaram a estudar. Começaram a buscar contato com artistas e produtores de gerações anteriores. Começaram a viajar pelo Brasil e pelo mundo. Começaram a aprender a vender shows. Começaram a aprender a vender CDs. Começaram a aprender a escrever e gerenciar projetos. Começaram a aprender a produzir clipes. Começaram a aprender a produzir turnês. Começaram a aprender a divulgar sua música através da internet.

Todas essas pessoas entenderam que mais importante que gostar de música e ficar paralisado pelo medo de tentar e talvez não atingir o resultado esperado, era preciso "começar a fazer".

O jornal O Globo publicou "A música brasileira do século 21", uma seleção de artistas que lançaram o primeiro disco a partir de 2000 e que hoje configuram a nova música brasileira.

Nesta lista estão Tulipa Ruiz, Matanza, Jair Naves, Violins, Pitty, Móveis Coloniais de Acaju, Siba, Criolo, Gaby Amarantos, Gang do Eletro, Flávio Renegado, Graveola e o Lixo Polifônico, Macaco Bong, Vanguart, Cidadão Instigado, Cachorro Grande, Pata de Elefante, Apanhador Só, Mombojó, BNegão, Abayomy Afrobe, Banda Canastra, Orkestra Rumpilezz, Emicida, Metá Metá, Mallu, Sabotage, Céu, Bixiga 70, Cansei de Ser Sexy, Filhos da Judith, Libra, Eskimo, Marcelo Camelo, Rodrigo Amarante e Rodrigo Campos.

Como o Brasil é muito grande, tranquilamente todos vamos ficar tentados a acrescentar mais nomes nesta lista.

Posso aqui, por conta própria, lembrar a importância também de se observar com atenção todos os artistas, projetos e programas como Trama (SP), Monstro Discos (GO), Itaú Cultural (SP), Compacto (Petrobras), Natura Musical, banco do Portal Overmundo, Musicoteca, Mercado Cultural (BA), Núcleo Contemporâneo de Música, Abril Pro Rock, Rec Beat, Brasil Música e Artes, Porto Musical, Feira da Música, Festa Nacional da Música, música do norte do Brasil de estados ricos em diversidade como o Acre, da Rádio Buzina do Gasômetro (RS), do projeto CComa (Caxias/RS), Alabê Oni (RS).

Mas por mais que acrescentemos nomes a lista, mais nomes aparecerão. É impossível não acrescentar mais nomes. A música mexe com nossos sentimentos.

Por mais que a lista aumente, nada irá diminuir o valor e a beleza que todos estes artistas listados pela curadoria do jornal O Globo conseguiram. Estes artistas deixaram sua marca na história da música brasileira a partir dos anos 2000.

E sendo período de Natal e Ano Novo, o meu presente de 2013 foi saber que duas bandas com quem trabalhei fazem parte desta lista: Cachorro Grande e Pata de Elefante.

Trabalhei com a Cachorro Grande no lançamento do CD e DVD "Acústico MTV Bandas Gaúchas", em 2005, do qual faziam parte Wander Wildner e as bandas Ultramen e Bidê ou Balde.

Com a Pata de Elefante trabalhei em 2007, de forma mais próxima, como empresário, produtor executivo do álbum "Um olho no fósforo, outro na fagulha", lançado pela Monstro Discos da qual faz parte o amigo Leo Bigode , tour manager da banda nos festivais Coca-Cola Vibezone, Goiânia Noise e fui proponente do projeto da banda no Rumos Itaú Cultural Música 2007-2009, que resultou em show, gravação de CD e DVD (distribuído no Brasil e exterior) e exibição na TV Brasil. Neste trabalho e tornei muito amigo do músico, compositor, produtor e empresário Gustavo Telles, que está de vento em popa com uma bacana carreira solo http://www.gustavotelles.com.br/euperdiomedodeerrar.htm

Meu agradecimento aos músicos da Cachorro Grande e Pata de Elefante pelo convívio, parceria, aprendizado, pelo trabalho e pela oportunidade espontânea de ter contribuído com eles para a construção de um pedacinho do novo cenário da música brasileira.

Parabéns a todos os artistas da lista, em especial para 
Pitty, Móveis Coloniais, Siba, Criolo, Gaby Amarantos, Flávio Renegado, Macaco Bong, Mombojó, BNegão, Orkestra Rumpilezz, Emicida, Céu, Filhos da Judith, Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante, que conheço um pouco do trabalho e admiro. Espero ter tempo em 2014 para conhecer o trabalho dos demais artistas.

Parabéns também a curadoria do jornal O Globo pela escolha, que contemplou artistas de diferentes gêneros e regiões do país.

E parabéns a muitos outros artistas que não fazem parte da lista, mas que tenho certeza que com o seu trabalho continuado e organizado, todos os dias contribuem para que tenhamos uma das melhores produções musicais do mundo.

Conheça o trabalho de todos os artistas http://oglobo.globo.com/infograficos/musica00/



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Alexandre Barreto, mais conhecido como “Alê Barreto”, criador do blog, da marca e do programa "Produtor Cultural Independente", é um profissional multifuncional. Administrador de empresas, gestor cultural, gestor de pessoas, gerente de projetos, produtor executivo, consultor, criador de conteúdo, professor e palestrante. Seu trabalho pioneiro de disseminação de informações no blog e livro "Aprenda a Organizar um Show" têm inspirado pessoas que produzem ações culturais, artísticas e de economia criativa no Brasil.

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